1 – Renato, conte um pouco sobre você, sua origem.
Renato Nakamura: Nasci em Belém do Pará e vim morar com meus 10 anos em Salvador. Vivo desde então aqui. Hoje sigo uma vida de trabalhos diários na área de Engenharia Elétrica, mesmo não sendo da área. Sou formado em Psicologia, com três especializações, duas em andamento e um mestrado na agulha tentando finalmente me formar. Em breve pretendo também iniciar o doutorado. Sou uma pessoa bastante caseira e família. Não gosto de muito barulho, gosto de viver em paz e tranquilidade. Busco ser justo em minhas ações e sempre pesando na balança sobre o que fazer e não fazer. Pai de um menino lindo, marido de uma mulher incrível e criador de gatos e coelha... basicamente esse sou eu, um amálgama de sentimentos e ações.
2 – Como foi seu ingresso na literatura?
RN: Bom, escrevo desde meus 14 anos, poesia e contos, escrevi um livro num caderno velho quando mais novo, mas nunca segui em frente. Era até apoiado por um colega de faculdade, um descendente de árabes que infelizmente perdi o contato e não recordo mais o nome. Porém, com os convites de Priscila Sobral para dirigir um filme, tive a honra e o prazer de conhecer Emerson Monteiro na FLIPELO, quem me apoia até hoje, no caminho da literatura. Sou um grande fã e admirador do trabalho desse escritor baiano. Claro, que, também tive o apoio de Anderson Shon..., mas, Emerson é meu maior guia e gatilho para voltar a escrever.
3 – Quais suas referências, inspirações?
RN: Sempre gostei bastante de Stephen King, mas hoje, meu farol para a escrita é o Emerson Monteiro de fato. Conheci grandes autores nacionais que sempre mostram uma gama incrível de contos e histórias. Mas hoje, eu escolheria esses dois. Stephen King e Emerson Monteiro.
4 –Como é o seu processo criativo?
RN: Bom. Sempre que chego do trabalho, busco brincar um pouco com meu filho, converso com minha esposa. Dou a devida atenção e após isso, me reservo em meu escritório para tentar escrever. Normalmente, as histórias surgem em determinadas situações de minha vida. Sempre que observo lugares, pessoas e situações, um filme roda em minha cabeça, o que me dá esse gás para a escrita.
5 – Qual seu maior desafio na hora de escrever?
RN: Hoje infelizmente é o tempo. Tenho tantas demandas familiares e profissionais que, infelizmente hoje não consigo viver da arte. Isso me gera de fato certa frustração. Mas não desisto disso e sempre busco seguir em frente.
6 – Você costuma se ver em seus personagens?
RN: Algumas vezes sim, meu primeiro personagem criado, foi basicamente criado pensado em minhas histórias de vida e pensamentos. Às vezes recrio situações de forma mais fantasiosa.
7 - Já presenciou algum evento sinistro? Poderia nos contar?
RN: Na história “A lenda do homem retalhado”, recrio a história de um fantasma que vi quando criança. Além de bonecas que se mexiam sozinhas ou fantasmas e assombrações que sempre tive o prazer ou desprazer de ver. Acredito demais na espiritualidade, e sempre tive uma conexão forte com ela. Acho que isso também fortalece minha imaginação para a escrita do sobrenatural.
8 – Que elementos não podem faltar num bom enredo de terror?
RN: Gosto bastante do mistério e muitas vezes um final em aberto. O terror precisa trazer um ar de susto e medo, não necessariamente o gore. Mas, situações que te tragam certos arrepios.
9 – Qual sua opinião sobre a relação entre as editoras e livrarias e os escritores no Brasil?
RN: Hoje vejo que existem dezenas de editoras sendo lançadas e divulgando novos autores, nem todas irão ser grandes, mas todas buscam ao meu ver, divulgar a literatura. Hoje tenho grandes amigos dentro de algumas editoras e pessoas que tenho grande honra e prazer de trabalhar. Dei sorte grande de sempre ser bem tratado pelas editoras que participo. E hoje, estou dando um pequeno suporte na Editora Mandrágora, editora cujo meu primeiro conto escrito em vida foi lançado.
10 – Tem vontade de fazer alguma adaptação literária para o cinema? Qual?
RN: Hoje já tenho uma adaptação literária em processo de edição que é o livro “Eu, ele e minha melhor amiga” de Priscila Sobral, mas queria mesmo era conseguir dirigir “Quando os mortos falam” de Cláudia Lemes e “Há sombras no quarto dos fundos” de Emerson Monteiro. Entendo que sejam histórias que dariam bons filmes.
11–Qual sua ligação com o cinema e os filmes de terror?
RN: Comecei com cinema enquanto trabalhei em uma escola de cinema e computação gráfica, a qual sou muito grato por ter despertado esse meu amor. Porém, assisto filmes de terror desde moleque... minha prima sempre assistia comigo e hoje sou um aficionado. Já participei de duas produções amadoras, e pequenos curtas também. Gostaria de crescer esse ramo em Salvador e no Brasil. Tanto da literatura quanto do cinema.
12 – Qual seu filme de terror/suspense preferido?
RN: Sou apaixonado demais por “O iluminado” de Kubrick e tenho um grande carinho pelos filmes slasher dos anos 90.
13 – Onde podemos encontrar seus contos e demais trabalhos?
- Histórias de Halloween Volume 1 – Editora Mandrágora https://loja.uiclap.com/titulo/ua42790/
- Aconteceu em 77 https://loja.uiclap.com/titulo/ua40951/
- Jingle Bells, Jingle Berros – Editora Furcata https://loja.uiclap.com/titulo/ua47015/
- Casas Amaldiçoadas – Editora Olho de Pan https://loja.uiclap.com/titulo/ua48669/
- Licantropia – Editora Olho de Pan https://loja.uiclap.com/titulo/ua51717/
- Revista Fissura Vol 1 - https://www.amazon.com.br/Revista-Liter%C3%A1ria-Fissura-Vol-1-ebook/dp/B0CSMJDQ15
- Cultos Macabros – Editora Olho de Pan https://loja.uiclap.com/titulo/ua50112/
Estou no aguardo da publicação de outras antologias: Versos Sombrios, Canto da Morte,Coulrofobia entre outros.
14 – E como o público pode conhecer mais sobre o Nakamura nas redes sociais?
RN: Podem me encontrar no Instagram @Jafarnakamura.
Entrevista realizada por Emerson Monteiro, também conhecido por Jack Forest, romancista, contista e ilustrador.
e-mail:emersonartedesigner@gmail.com
Instagram: @emersonmonteirodasilv
