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POBRES CRIATURAS

Por: Ivan Rios (O Mago Supremo)

TÍTULO ORIGINAL: Poor Things | Ano de Produção 2023 | EUA, Reino Unido e Irlanda do Norte
DIREÇÃO:
Yorgos Lanthimos
ELENCO: Emma Stone (Bella Baxter), Mark Ruffalo (Duncan Wedderburn), Willem Dafoe (Dr. Godwin Baxter), Ramy Youssef (Max McCandless), Jerrod Carmichael, Christopher Abbott, Margaret Qualley, Kathryn Hunter, Suzy Bemba, Wayne Brett.
ROTEIRO:Tony McNamara
DURAÇÃO: 141 minutos
DISTRIBUIÇÃO: Walt Disney Pictures.


SINOPSE: “Pobres Criaturas” é um filme de romance e ficção científica que se passa na Era Vitoriana. A trama acompanha Bella Baxter, interpretada por Emma Stone, que é trazida de volta à vida pelo cientista Dr. Godwin Baxter, interpretado por Willem Dafoe, após substituir seu cérebro pelo do filho que ainda não nasceu. Agora, Bella deve reaprender a viver enquanto explora novos despertares sociais, intelectuais e sexuais.


 


RESENHA:


Uma “epopeia freudiana”, surpreendentemente depravada e igualmente encantadora. Demorei para encontrar os adjetivos que sintetizassem essa obra, mas para começarmos bem, é isso. “Pobres Criaturas” surge como um "tapa na cara" das convenções hollywoodianas, um verdadeiro “arroto” na Santa Ceia. Os 141 minutos do filme, em muitos momentos, nos fazem viajar pelos mais diversos gêneros e subgêneros do cinema, desde a fantasia (característica dos estúdios Walt Disney) ao erotismo semi-pornô, passando pelo suspense, e muitas cenas cômicas com diálogos hilários e marcantes.


Vai logo aqui o alerta de gatilhos (aos mais conservadores e puritanos), o filme pesa a mão na sacanagem, de forma debochada, sem medo de ser feliz. Acho que desde “Ninfomaníaca” (2013) não vejo chegar às telas algo que buscasse atingir o limiar do erotismo e da ousadia de forma tão determinada. Uma obra que desafia as convenções, oferecendo uma experiência de visualização que é ao mesmo tempo desconcertante e encantadora. Por sua vez, as atuações dos atores principais trazem profundidade e complexidade aos seus personagens. Não à toa recentemente houve o anúncio de 11 indicações ao Oscar para este filme, pegando muitos de surpresa (inclusive, eu).


 


Portanto, não caiam na besteira de se deixar levar pelo cartaz singelo e a arte em tom de conto de fadas, assim como alguns já caíram na besteira de achar que “Festa da Salsicha” (2016) fosse filme para crianças. Igualmente nesse caso, não se deixem levar pelas aparências. Aqui tem gemidão, palavrão e sacanagem (tudo isso no plural)...


O filme faz referências diretas a várias obras clássicas do cinema, notadamente "A Noiva de Frankenstein" (1935) e a saga "Animais Fantásticos", e de forma mais subentendida, nos lembra "Beau Tem Medo" (2023). Tais referências, é claro, vão além de simples homenagens, servem para aprofundar os temas e a narrativa do filme, dentro de um roteiro que o faz passar como uma ópera autêntica.


Quanto às atuações, Emma Stone, como Bella Baxter, entrega uma performance cativante, trazendo à vida a complexidade de sua personagem com uma atuação que é ao mesmo tempo vulnerável, ingênua, cômica e poderosa. Mark Ruffalo, interpretando Duncan Wedderburn, oferece uma atuação sólida, trazendo todo o mau-caratismo, contraditoriamente envolvente e hilário (afinal de contas, quem não torce para que o vilão se lasque, não é?! kkkkk). Willem Dafoe, no papel do Dr. Godwin Baxter (ou simplesmente, God), é magnífico, convincente em sua representação de um personagem tão complexo e multifacetado. Ramy Youssef, como Max McCandless, traz uma energia e sensibilidade contagiante para o filme, adicionando uma camada extra de profundidade e romantismo à narrativa.


 


"Pobres Criaturas" é um filme que não tem medo de desafiar as convenções sociais. O sarcasmo, a ironia e o deboche são usados de forma eficaz para criticar e questionar as normas e padrões sociais. Como dito, o filme é uma "epopeia freudiana", explorando temas como desejo, identidade e o inconsciente de maneira que é ao mesmo tempo perturbadora e fascinante.


Em suma, "Pobres Criaturas" é um filme que desafia as expectativas e possivelmente agradará, como também gerará aversão (não há hipótese de ser algo morno ou indiferente). A obra oferece de modo imponente uma experiência cinematográfica que é ao mesmo tempo desconcertante e encantadora. Com performances fortes, uma narrativa complexa e uma abordagem ousada das convenções sociais, é um filme que certamente deixará uma impressão duradoura.


INSTAGRAM: @ivansouzarios


Resenhas
https://www.cinehorror.com.br/resenhas/pobres-criaturas?id=1102
| 473 | 24/01/2024
"Pobres Criaturas" é um filme que desafia as expectativas e possivelmente agradará, como também gerará aversão.
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